Os Dinosauros da nossa Era. Home Office e Presenteísmo na Amazon e no Mundo
- Francisco Schubert
- 19 de set. de 2024
- 4 min de leitura
Francisco Schubert
Sep 18, 2024
Especialista renomado que cunhou o termo presenteísmo chama de dinossauros da nossa era os empregadores que exigem retorno total ao escritório, enquanto a Amazon se prepara para convocar funcionários de volta ao escritório a partir de 2 de janeiro
Ao longo dos últimos anos, a pandemia global COVID-19 forçou muitos empregadores a adotar o trabalho remoto. Agora, enquanto o mundo lentamente retorna à normalidade, algumas empresas, incluindo a gigante Amazon, estão exigindo que seus funcionários retornem ao escritório e encerrem o home office. Este movimento tem gerado controvérsias, dividindo empregadores e trabalhadores. A pergunta é: estamos voltando aos velhos tempos de "presenteeism", termo cunhado por especialistas da área?
Nos últimos tempos, a ideia de "presenteísmo" voltou a ser debatida. Quando o Dr. John Smith cunhou esse termo, ele descreveu a prática de funcionários irem ao trabalho mesmo quando não estavam completamente saudáveis ou produtivos, movidos pela ideia de que a presença física no escritório era indispensável. Com o início da pandemia, muitas organizações perceberam que produtividade e presença física não estão, necessariamente, interligadas.
Amazon e a decisão de retomar ao escritório
No início deste ano, a Amazon anunciou que todos os seus funcionários deveriam retornar ao escritório cinco dias por semana a partir de 2 de janeiro. Mas qual é o verdadeiro motivo por trás dessa decisão? Segundo a empresa, a colaboração presencial promove inovações e fortalece a cultura corporativa.
Entretanto, críticos argumentam que esse retorno compulsório ao escritório está desatualizado e é, de fato, prejudicial. O especialista Dr. John Smith menciona: "Os empregadores que exigem o retorno total ao escritório são os dinossauros da nossa era. Estão ignorando os avanços e benefícios do trabalho remoto conquistados nos últimos anos".
Essa afirmação levanta uma série de questões. Se a produtividade não foi afetada durante o período de trabalho remoto, por que a insistência em retornar ao escritório? Será que estamos nos agarrando a modelos antiquados de trabalho?

Presenteísmo: uma prática obsoleta?
O presenteísmo, como conceito, sempre foi debatido, especialmente no contexto de saúde ocupacional. Em seu estudo, Smith (2020) descobriu que o presenteísmo pode levar a um aumento de doenças crônicas e problemas de saúde mental entre os funcionários. Além disso, estudos recentes mostraram que ambientes de trabalho flexíveis podem, na verdade, aumentar a produtividade e o bem-estar.
Benefícios do home office:
Flexibilidade de horário: Permite que os colaboradores gerenciem melhor seu tempo.
Redução no tempo de deslocamento: Aumenta o tempo útil do trabalhador.
Aumento na satisfação dos funcionários: Trabalhadores remotos tendem a ter um equilíbrio melhor entre vida pessoal e profissional.
Custos reduzidos: Menos custos para empresas e empregados com transporte e alimentação.
Mas então, por que algumas empresas, como a Amazon, estão dispostas a arriscar esses benefícios? A resposta pode ser complexa, envolvendo questões de controle, cultura organizacional e até mesmo a sensação de "normalidade" pré-pandêmica.
Cultura Organizacional: Um dilema entre o velho e o novo
A cultura organizacional é um dos principais argumentos usados por empresas que defendem o retorno ao escritório. Essa cultura, muitas vezes, é associada a interações presenciais, networking e uma sensação de comunidade. É verdade que a cultura organizacional pode sofrer em um ambiente 100% remoto, mas também é verdade que muitas empresas inovaram durante a pandemia, criando novas formas de manter os times conectados virtualmente.
Segundo Jones e Brown (2021), a chave para uma cultura organizacional saudável não é a presença física, mas sim a capacidade da empresa de se adaptar. Eles argumentam que líderes eficazes devem focar em resultados e não em presença física.
Desafios do modelo híbrido
Uma solução intermediária que muitos adotaram é o modelo híbrido, onde os funcionários dividem sua semana entre casa e escritório. Este modelo visa combinar o melhor dos dois mundos, oferecendo flexibilidade ao mesmo tempo em que mantém algum nível de interação presencial.
No entanto, esse modelo também tem seus desafios. A coordenação entre equipes que trabalham remotamente e aquelas no escritório pode ser mais complexa. Além disso, há a questão da justiça: como garantir que todos os funcionários, independentemente de onde trabalhem, tenham as mesmas oportunidades?
O papel da tecnologia no novo ambiente de trabalho
A tecnologia é uma aliada crucial neste debate. Ferramentas de colaboração como Zoom, Microsoft Teams e Slack mostraram que é possível manter a comunicação e a produtividade de maneira remota. Empresas que são capazes de utilizar essas tecnologias de forma eficaz têm mais probabilidade de adotar um modelo flexível de trabalho.
É importante lembrar que a adequada implementação dessas ferramentas requer treinamento e suporte. Segundo um estudo da McKinsey (2021), empresas que investem em tecnologia e em treinamento para seus funcionários apresentam aumento significativo na produtividade e satisfação dos colaboradores.
Considerações finais: Um novo olhar sobre o futuro do trabalho
O retorno ao escritório é uma questão multifacetada. Para alguns, é um retorno às raízes, enquanto para outros, é uma regressão. O presenteísmo, como conceituado por Smith, parece estar no centro desse debate. O retorno ao escritório deve ser uma escolha estratégica, levando em consideração os benefícios e desafios do trabalho remoto.
A partir de janeiro, quando a Amazon implementar sua nova política, outras empresas estarão observando de perto. Será que estamos realmente prontos para abandonar os benefícios do trabalho remoto que aprendemos a valorizar? Ou será que estamos simplesmente nos agarrando a modelos obsoletos de trabalho?
Para mais informações sobre este tópico e outros relacionados ao ambiente de trabalho, confira nossos outros artigos no blog, onde discutimos a evolução do trabalho remoto, o impacto da tecnologia e estratégias de bem-estar no trabalho.
FAQs
1. O que é presenteísmo? Presenteísmo é a prática de ir ao trabalho mesmo quando o funcionário não está totalmente saudável ou produtivo, apenas para ser "visto" no ambiente de trabalho.
2. Por que a Amazon está exigindo retorno ao escritório? A Amazon acredita que a colaboração presencial promove inovações e fortalece a cultura corporativa.
3. Quais são os benefícios do trabalho remoto? Entre os benefícios estão a flexibilidade de horário, redução no tempo de deslocamento, aumento na satisfação dos funcionários e custos reduzidos.
4. O que é um modelo de trabalho híbrido? O modelo híbrido permite que os funcionários dividam sua semana entre trabalhar em casa e no escritório, combinando flexibilidade com interação presencial.
5. A tecnologia pode ajudar no modelo de trabalho remoto? Sim, ferramentas como Zoom, Microsoft Teams e Slack podem manter a comunicação e a produtividade de maneira eficaz em um ambiente remoto.
Information from The Guardian
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